Fidelidade


Ele tinha um cachorro. Pegara-o pequenino, quando este ia ser sacrificado no centro de zoonoses onde trabalhava. Gostara de seu olhar, olhar de pidão.
O cachorro foi crescendo, passeios, ração, e inúmeráveis horas juntos. A hora do começo da noite era sagrada para o cachorro ir à rua cheirar o que devia cheirar e fazer o que tinha que ser feito. Às vezes, levava-o à praia, onde o cachorro se refestelava na areia e no mar, brincando como o ser mais leve que existe na Terra. Quando estava na cidade, o cachorro cuidava muito bem da casa e latia para quem devia latir.
Certa noite de insônia, levou o cachorro com ele para comprar cigarros, para protegê-lo na caminhada. Viu uma proeminência no muro, amarrou o cachorro lá. Depois foi para casa. O cachorro está lá esperando por seu dono, que nunca mais voltou.

4 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei muito feliz quando te vi por aqui...

Passa lá: www.diariodogigio.zip.net

Ass.: O Bolo de Cenoura

Anônimo disse...

Por quê o seu blog não é comentado?

Claudia Ka disse...

é o seguinte? algumas pessoas só mandam recados para mim. eu os leio... e aí não precisa os outros ficarem sabendo, né? :)
acaso for algo pertinente aos escritos, será publicado com imenso prazer.
beijos a todos.
:)
c.k.

Anônimo disse...

Obrigado. Beto. ;-)*