A Impossível Expansão


Burlar as possibilidades do corpo.
Poder ir ao aeroporto às 10 da noite para mergulhar numa praia da Bahia e voltar no outro dia para trabalhar.
Não há trabalho, não há avião, há corpo.
Presa na condução, queria poder voltar a pé para casa.
Queria...
Meus ouvidos ouvem o futuro
E minha boca come o presente.
O vento traz o possível inverno.
Cigarreei.

Letras presas em meus dedos mostram as horas, correndo em ampulhetas que nunca chegam ao seu fim.
Sento ao meu lado, ouço minha respiração macia, que cessará.
Faço parte da grande orquestra, sempre a afinar meu instrumento numa grande sinfonia que nunca começa.

Tenho um destino. Pontos finais e vírgulas a tentar a coesão.

Sorrir nas horas certas e calar sisudamente nas horas devidas.

Reluto no lapidar,

Não posso quebrar.

Este é um escrito antigo. O postei por falta de assunto e porque merece publicação.

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