Colares


Pego a linha transparente e ereta, desenrolo-a. As contas, virgens, estão em uma desorganização angelical, com seus furos expostos depositados em uma superfície plana. A combinação se faz com paciência, deflorando cada uma delas. A linha, paciente, vai cedendo a sua transparência para configurar a beleza. Quanto mais exuberante o colar, maior é o número de contas e maior o tamanho do fio. Têm uma missão a cumprir e pouco importa a posição que tomam na hierarquia do colar. Vão seguindo, pacificamente, a ordem eterna que a linha dita. Por fim, o fecho imposto por um alicate, e está feito o adorno para o pescoço de um homem ou de uma mulher.

Um comentário:

J Alexandre Sartorelli disse...

O desenho lógico das contas.
O encanto de mergulhar na lógica,
uma lago profundo e claro...
Parabéns pelo texto bonito!
bjs